quinta-feira, 21 de junho de 2012

Lesões musculares - Estiramento


A lesão muscular envolve uma série de processos teciduais, principalmente a degeneração
intrínseca da fibra muscular e a destruição da lâmina basal, o que caracteriza uma desorganização das miofibrilas nos sarcômeros, ruptura de mitocôndrias e retículos sarcoplasmáticos, descontinuidade do sarcolema, alterações dos níveis de cálcio, autodigestão e morte celular (Oliveira, 2004).





O estiramento é causado por alongamento excessivo das fibras musculares, indo além do seu estado fisiológico, onde o músculo é exigido além de sua capacidade. O local de maior ocorrência é a junção miotendínea ou músculo-tendão. Alguns métodos de imagem são capazes de precisar o local da lesão. 
Os grupos musculares mais acometidos pelos estiramentos ou lesão por alongamento excessivo, são os bilarticulares, pois ultrapassam duas articulações e são responsáveis pelo controle do movimento articular, tendo, portanto, a função de não permitir que se exceda os limites articulares. Um exemplo são os músculos posteriores da coxa, que limitam a extensão e desaceleração da extensão durante uma corrida. Estes músculos tem a característica de trabalharem, grande parte do tempo, em contração excentrica. Estes músculos apresentam grande quantidade de fibras rápidas do tipo I1, são bastante vascularizados, gerando rápida resposta inflamatória quando ocorre uma ruptura de suas fibras. Em algumas lesões, pode ocorrer um pequeno rompimento de vasos (equimose) ou rompimento com maior volume de sangue (hematoma).




Classifica-se as lesões de acordo com sua gravidade, dependendo do número de fibras lesionadas:

Grau 1:  Compormetimento de pequena quantidade de fibras. Ocorre dor quando o músculo é solicitado pela contração, especialmente contra a resistência. A dor localiza-se em um ponto específico. O edema pode estar presente. Ocorrem danos estruturais mínimos, a hemorragia é pequena, e a resolução é rápida.

Grau 2:  Praticamente os mesmos achados do grau 1, só que com maior intensidade, geralmente encontrada na junção miotendínea. Resolução mais lenta, com diminuição maior da função e maior número de fibras Musculares lesadas.

Grau 3: Ruptura Completa do Músculo, com completa perda de função e lesão palpável. Dor de leve a intensa com edema e hemorragia grandes.
  

Tratamento:

Fase 1: O grande erro dos atletas e esportistas é insistir em continuar as atividades após sentir a dor característica da lesão muscular. A dor sempre indica que algo está errado e imediatamente devemos iniciar o repouso, seguido de gelo no local, compressão e elevação para diminuir o dano tecidual, sangramento, a resposta inflamatória e dor. 
O ultrassom vem sendo empregado neste tipo de lesão pois influencia a atividade das células . plaquetas, mastócitos, macrófagos neutrófilos envolvidas na fase inflamatória do processo de regeneração tecidual, acelerando o processo de cicatrização. O uso de AINES (antiinflamatórios não esteroidais) poderão ser utilizados sob prescrição médica.

Fase 2: Mobilidade precoce controlada e alongamentos passivos (assistidos), sempre dentro de uma área de conforto. O paciente não pode sentir dor. Natação e exercícios para os membros superiores são estimulados para manter o condicionamento.

Fase 3: Exercícios isocinéticos são iniciados. Estimula-se o uso de bicicleta e de esteira.

Fase 4: Após realizar exercícios isocinéticos sem dor, iniciaam-se corridas em linha reta. Permite-se o uso de exercícios de contração excêntrica. A intensidade do treinamento é gradualmente aumentada e o atleta inicia exercícios de agilidade e arranques.

Fase 5: A fase final é o retorno ao esporte. Não há consenso sobre o retorno as atividades. Todo esforço é feito para realizar os exercícios específicos do esporte sem dor, com a força normal, com a agilidade normal, sem dor, e então, o retorno ao esporte é permitido. Apesar disso, o risco de reincidência permanece alto por um período significativo.


Obs.: Este artigo tem como único objetivo a informação, não substituindo a consulta médica e o tratamento supervisionado pelo fisioterapêuta.

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