sábado, 9 de junho de 2012

Lesões esportivas - tendinopatias

A maoiria das lesões tendíneas em atletas ocorre por excesso de uso. Nos EUA, compreeendem 30 a 50% das lesões esportivas. Nem todas as lesões de tendões podem ser consideradas tendinites. Recentemente, novas questões foram levantadas sobre o diagnóstico das tendinopatias. Existem, por exemplo, as tendinoses, que são lesões do tendão com ausência de processo inflamatorio, porém com quadro doloroso e de degeneração do colágeno. A partir dessa constatação, o tratamento das lesões tendíneas, devem mudar, principalmente no que diz respeito ao tratamento de redução da inflamação. O tratamento fisioterapêutico deve se concentrar em medidas que promovam a regeneração do colágeno e diminuição do quadro de dor.


Atualmente, pesquisas indicam que a regeneração do colágeno pode ser induzida através da pratica de exercícios de característica excêntrica, ou seja, a fase negativa do exercício (a favor da gravidade).  
O tendão, assim como o músculo e o ligamento, responde ao exercício e à imobilização. Wren e Carter  relatam que "o exercício pode aumentar o tamanho, força e rigidez do tendão e do ligamento mediante a melhora no alinhamento das fibras, aumento do conteúdo, espessura e entrelaçamento entre as fibras de colágeno". Portanto podemos pressupor que os exercícios podem ser um fator positivo no tratamento das tendinopatias.
    A tendinite pode ser intrínseca ou extrínseca, sendo que a primeira é causada por forças dentro ou fora do tendão que promovem mudanças em sua estrutura. Entretanto, estas mudanças são sempre resultado de fatores externos, como por exemplo um treinamento de alta intensidade, a menos que existam patologias do tecido conectivo que afetem o tendão. A lesão tendinosa resultante de fatores externos é comumente denominada lesão por sobreuso (overuse). A teoria por trás da lesão por sobreuso propõe que o tendão está sendo sobrecarregado na região linear da curva força-comprimento e se esta sobrecarga é sustentada por algum tempo, a ruptura de algumas fibras do tendão desencadeia a lesão já que não é dado a ele tempo suficiente para recuperar-se. Alguns exemplos de mecanismos possíveis de lesão são um movimento repetitivo de um segmento corporal como por exemplo, no lançamento no beisebol, a pegada no jiu jitsu ou judô, etc.


A tendinose é uma condição caracterizada pela degeneração do colágeno e ausência de células infamatórias e perda da orientação normal das fibras de colágeno assim como de seu diâmetro. A tendinite é uma condição onde há degeneração e infiltrado inflamatório no tendão. Na tendinose, a patologia do tendão não é do tipo inflamatória mas sim degenerativa, com ausência de infiltrado celular inflamatório, mas com degeneração colágena e ainda existe uma correlação entre a neovascularização (processo patológico constituído por proliferação de vasos sanguíneos em tecidos ou posições anormais) e as mudanças estruturais e a dor nestas tendinopatias.
Agora vocês devem estar me perguntando como vou saber se tenho uma tendinite ou uma tendinose por exemplo do músculo supra espinhal do ombro. Para medir a concentração de substâncias do tendão, existe um exame chamado de microdiálise. Este exame vai medir as concentrações de glutamato e prostaglandina E2 (PGE2), quando não indica altas concentrações de PGE2, não há existência de inflamação.
Concluindo,  a evidência sugere que o exercício eccêntrico contribui para melhorar as tendinopatias, principalmente dos membros inferiores, possivelmente mediante a isquemia nos neovasos e reorganização colágena. Entretanto, ainda não foi estabelecido os mecanismos pelos quais o exercício eccêntrico promove a regeneração do tendão e o desaparecimento dos neovasos, necessitando maiores investigações nesta área. Os exercícios de alongamento não parecem ter qualquer tipo de efeito, negativo ou positivo, sobre as tendinopatias de acordo com a literatura revista. A fisioterapia convencional não possui nenhum tipo de efeito no tratamento das tendinopatias já que a maioria destes métodos de tratamento estão destinados a reduzir processos inflamatórios e os estudos histopatológicos sugerem que não há presença de células inflamatórias no tendão lesionado, ainda que a crioterapia parece ter certo efeito benéfico nestes pacientes. Entretanto, a fisioterapia manipulativa possui efeitos hipoálgesicos em tendinopatias e supostamente poderia contribuir para a normalização do processamento central e periférico da dor. Ainda faltam respostas a certas perguntas básicas como qual é o papel dos neuropeptídeos inflamatórios nas tendinopatias, qual é o melhor protocolo de exercício eccêntrico no tratamento das tendinopatias e se este beneficiaria as tendinopatias nos membros superiores, quanto repouso necessita o paciente na fase aguda de sua apresentação e se este é necessário e qual a duração a longo prazo dos efeitos hipoálgesicos da fisioterapia manipulativa e se este modificam e modulam a sensitização central.



Fonte:
http://www.terapiamanual.com.br/br/artigos.php?v=1&pg=artigos/tendinopatias1.htm

Nenhum comentário:

Postar um comentário