domingo, 21 de julho de 2013

ABORDAGEM FISIOTERAPEUTICA NO PÓS OPERATÓRIO DE LIPOASPIRAÇÃO ABDOMINAL

A lipoaspiração consiste na remoção cirúrgica de gordura subcutânea, realizada por meio de cânulas submetidas a uma pressão negativa e introduzida por pequenas incisões na pele. Esse procedimento cirúrgico pode ser realizado com anestesia local (peridural) ou geral, dependendo da quantidade de gordura a ser retirada. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica estabelece um limite seguro de retirada de gordura, que não pode exceder 7% do peso total do paciente (SCHWUCHOW et al., 2008).




A eficiência de uma cirurgia plástica não depende somente do seu planejamento cirúrgico, mas também dos cuidados pré e pós-operatórios, que são fatores preventivos de possíveis complicações e promovem um resultado estético mais satisfatório. O não encaminhamento ao tratamento pós-operatório ou o encaminhamento tardio (após 25º – 30º dia de PO) podem privar o paciente de adquirir uma recuperação mais saudável, mais curta e com menos sofrimento físico e/ou psicológico, além de poderem comprometer o resultado final da cirurgia (TACANI et al., 2005).
As complicações mais comuns no pós operatório de lipoaspiração são: hematomas e seromas (normalmente ambos tem melhora espontânea), infecções, fibrose, aderência, hiperpigmentação cutânea (equimose), embolia gordurosa, depressões, perfuração abdominal, necrose e complicações vasculares como trombose venosa profunda (TVP) que pode ocorrer em qualquer tipo de cirurgia, e que apesar de não ser muito frequente é uma das principais causas de óbito em lipoaspiração.


As complicações citadas podem ser evitadas através da correta indicação da cirurgia e pela pratica correta dos procedimentos cirúrgicos, assim como os cuidados específicos, que devem ser tomados tanto no pré, inter e pós-operatório, tanto pelo médico quanto pela equipe multidisciplinar que geralmente esta acompanhando o paciente.
A fase de recuperação é dividida em: inflamatória, proliferativa e de remodelação. 
Estas fases são separadas apenas didaticamente, ocorrendo na realidade superposição e transição contínua e gradual de uma fase para outra. 

Tratamento fisioterapêutico:
Alguns autores relatam que o atendimento fisioterapêutico deve ser iniciado num período de 72 horas a 15 dias após a cirurgia, porém o mesmo pode ser inciado imediatamente dependendo do método utilizado, quantidade de gordura aspirada, experiência do cirurgião, etc. Quanto antes iniciar o tratamento fisioterapêutico, menor o risco de complicações. 
A drenagem linfática manual e o ultrassom de 3MHz são os recursos fisioterapêuticos mais utilizados no pós operatório de lipoaspiração.




A drenagem linfática utilizada no pós-operatório em mulheres submetidas à lipoaspiração diminui o edema, a dor e a ingesta de medicamentos (analgésicos).
A utilização do ultrassom de 3MHz no pós-operatório imediato está ligada ao processo de 
cicatrização. Sua eficácia já está comprovada por inúmeros trabalhos, sendo os protocolos mais efetivos os iniciados imediatamente após a ocorrência da lesão, ou seja, durante a fase inflamatória. O objetivo da utilização precoce do ultrassom é melhorar tanto a circulação sanguínea quanto linfática, possibilitando assim uma melhor nutrição celular. A diminuição da dor também é requerida nesta fase. A reabsorção de hematoma é de vital importância nesta primeira fase, já que a sua evolução pode concorrer para a formação de fibroses. Caso o processo de reparo esteja concluído e existam aderências e fibroses instaladas, o ultrassom pode ser utilizado como coadjuvante na diminuição dessas sequelas, aumentando a elasticidade do tecido conjuntivo.


Este artigo tem unicamente caráter informativo / Consulte sempre um profissional habilitado.

sábado, 23 de março de 2013

O MEL NO TRATAMENTO DA TOSSE EM CRIANÇAS

A TOSSE É UM SINTOMA COMUM EM CRIANÇAS PREJUDICANDO A QUALIDADE DO SONO. OS MEDICAMENTOS DISPONÍVEIS NÃO TEM EFICÁCIA COMPROVADA E MUITOS APRESENTAM EFEITOS COLATERAIS.
EM UMA PESQUISA PUBLICADA NO OFFICIAL JOURNAL OF THE AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS EM 2012, COHEN E COLABORADORES DEMONSTRARAM QUE O MEL É EFICAZ NA MELHORA DA TOSSE EM CRIANÇAS QUANDO COMPARADA A ADMINISTRAÇÃO DE PLACEBO. A PESQUISA FOI REALIZADA EM CRIANÇAS DE 1 A 5 ANOS DE IDADE QUE APRESENTAVAM TOSSE NOTURNA COM DURAÇÃO MENOR QUE SETE DIAS. O ESTUDO COMPAROU TRÊS TIPOS DE MEL: EUCALIPTO, CÍTRICO E FLORAL,  EVIDENCIANDO QUE TODOS SÃO EFICAZES NA DIMINUIÇÃO DA TOSSE.
SEGUNDO A PESQUISA, A ADMINISTRAÇÃO DO MEL DEVE SER REALIZADA EM DOSE ÚNICA (UMA COLHER) 30 MINUTOS ANTES DE DORMIR. OS BENEFÍCIOS FORAM: DIMINUIÇÃO DA FREQUÊNCIA E DA GRAVIDADE DA TOSSE E MELHORA DA QUALIDADE DO SONO. É COMUM A INTOLERÂNCIA DA CRIANÇA AOS XAROPES, O QUE NÃO ACONTECE COM O MEL DEVIDO AO SEU GOSTO AGRADÁVEL.



A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE RECOMENDA MEL PARA O TRATAMENTO DA TOSSE NOTURNA EM CRIANÇAS.

REFERÊNCIA: 
http://pediatrics.aappublications.org/content/early/2012/08/01/peds.2011-3075.long

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

REIDRATAÇÃO, EXERCÍCIO FÍSICO E CALOR


 Praticar atividade física durante o período de calor intenso requer alguns cuidados para que a performance física e principalmente a saúde não sejam afetadas. Óbviamente, em dias mais quentes as atividades ao ar livre são as mais indicadas, porém, pode-se praticar exercícios de forma segura também em ambientes fechados, desde que os mesmos sejam bem ventilados e seja feita uma reidratação adequada.

EFEITOS CARDIOVASCULARES:
Quando realizamos atividade física em situação de estresse térmico, o organismo realiza alguns ajustes cardiovasculares como diminuição da pressão arterial, aumento das concentrações de lactato, redução do fluxo sanguineo total, aumento da frequência cardíaca, entre outros eventos. O calor excessivo provoca vasodilatação do sistema arterial e venoso periférico que provoca, por sua vez, vasoconstrição dos músculos que estão atuando e alguns órgãos vitais como fígado e rins. Esta redistribuição do fluxo sanguíneo impõe uma sobrecarga ao sistema cardiovascular, causando aumento da frequência cardíaca.

FADIGA:
É comum observarmos queda no desempenho físico durante exercícios físicos em situações de desconforto térmico. Isto ocorre principalmente devido a vasoconstrição dos músculos em ação que provoca redução da circulação muscular, diminuindo assim o transporte de oxigênio até as células musculares. Outro evento é a redução da oferta sanguinea para o fígado provocada pela vasoconstrição, diminuindo a capacidade do fígado de captação e metabolização do lactato produzido nos músculos.

HIDRATAÇAO E REIDRATAÇÃO:
A reidratação inadequada pode provocar hipertermia e choque térmico por comprometimento do sistema termoregulador. A hidratação deve iniciar cerca de 30 minutos antes da atividade física. É bom lembrar que durante o exercício, principalmete em temperaturas elevadas, o organismo diminui consideravelmente a produção de urina. Alguns pesquisadores como Lamb e Mac Ardle sugerem uma quantidade de líquido entre 200 e 250 ml de 15 em 15 minutos.  Segundo Fox, Astrand, Rodhal, Mc Adle entre outros, a temperatura ideal dos líquidos não deve ser inferior a 5 nem superior a 15 graus. A reidratação deve continuar logo após o exercício, pois mesmo repondo líquido adequadamente durante a atividade ainda há um déficit hidrico no organismo.

ÁGUA OU SOLUÇÕES COM ELETRÓLITOS?

Ainda não há consenso na literatura sobre a necessidade de eletrólitos na reidratação, pesquisadores como Fox e Armstrong são favoráveis a ingestão de uma solução hipotônica com eletrólitos nas soluções hidratantes. Vários outros pesquisadores como Lindeman, Wootton, Katch e MacArdle se contrapõem a presença de eletrólitos nas soluções hidratantes, segundo eles, a presença de eletrólitos em vários litros de suor perdido é insignificante. Perdas significativas de potássio podem ocorrer durante atividades muito intensas, de longa duração e em calor excessivo. Esta perda pode ser reposta facilmente com frutas cítricas e banana.

REPOSIÇÃO ENERGÉTICA
A desidratação, a hipertemia e o esgotamento das reservas coporais de glicogênio são os maiores limitantes da performance física. Neste sentido, várias soluções comerciais como Gatorade foram desenvolvidas para atender a esta necessidade do organismo. Segundo alguns pesquisadores, a presença de glicose e frutose nas bebidas hidratantes auxiliam no desempenho durante os exercícios físicos através de uma maior economia do glicogênio muscular e hepático. Algumas pesquisas demonstram que a quantidade ideal de carboidratos nas soluções fica em torno de 5%, em proporções maiores o esvaziamento gástrico é mais demorado implicando em absorção mais lenta. Certas formas de carboidratos podem passar pelo intestino mais rapidamente que outras, sendo a maltodextrina a que possui maior osmoralidade, representando um esvaziamento gástrico e absorção mais rápido. É importante salientar que em situações extremas onde a necessidade de reidratação é alta, a reposição hídrica com preparados com 5% de glicose acaba retardando a reposição dos líquidos perdidos. Portanto, durante as atividade em calor intenso deve-se dar prioridade a reidratação com água, deixando a reposição energética para um outro momento.