sexta-feira, 6 de julho de 2012

Verdades e mitos sobre o PRP

O plasma rico em plaquetas (PRP), 
é a nova sensação na reabilitação de lesões musculoesqueléticas em todo o mundo. O PRP consiste em uma concentração de plaquetas do próprio paciente, concentrada em  um pequeno volume de plasma, com a consequente presença de fatores de crescimento liberados por estas plaquetas, além de proteínas osteocondutoras, que também servem de matriz para migração epitelial e formação óssea e de tecido conectivo..
O PRP têm propriedades regenerativas na recuperação de lesões causadas por processos degenerativos ou traumático de tendões, músculos e cartilagens pois nas plaquetas são encontrados altas concentrações dos fatores de crescimento que são um conjunto de proteínas que desempenham importante função de estimular a proliferação celular. O Plasma Rico em Plaquetas (PRP) é obtido através do sangue do próprio paciente que após recém colhido com citrato de sódio como anticoagulante é processado em uma centrifugadora especial para concentrar as plaquetas. Esse, então, é transferido para outro tubo e constitui o Plasma Rico em Plaquetas (PRP). Este processo permite a concentração de grande número de plaquetas em condições de liberar os fatores de crescimento, em um pequeno volume de plasma.
O PRP ou Plasma Rico em Plaquetas é aplicado diretamente no tecido danificado (ex: articulação, tendão, músculo ou osso) dependendo da necessidade de cada paciente.
A maior vantagem da aplicação do Plasma Rico em Plaquetas (PRP) é que o seu próprio organismo pode estimular a recuperação tecidual de alguma região já danificada.
Existem muitos métodos para obtenção de PRP, cada um com características específicas quanto à capacidade de concentração das plaquetas e ao processo de liberação de determinados fatores de crescimento: ingredientes responsáveis pela cicatrização e crescimento celular. Evidências na literatura mostram que o mecanismo de ação destes fatores não está totalmente esclarecido e mais estudos são necessários para avaliar as suas reais implicações. Estudos de alta qualidade metodológica também descrevem resultados contraditórios ou inconclusivos quanto à adoção deste tratamento, o que pode estar relacionado à ampla variação de técnicas para a obtenção do preparado. A falta de padronização para a obtenção do PRP é uma das maiores preocupações dos clínicos na hora de optar pelo procedimento, uma vez que o preparado pode não se enquadrar na concentração ideal para agir com eficiência sobre as lesões.



O FDA (Food and Drug Administration), agência governamental que lida com o controle das indústrias alimentícias e de medicamentos nos Estados Unidos, aprovou vários métodos e centrífugas para a obtenção dos preparados de PRP; no entanto, o uso do PRP na prática clínica não está totalmente aprovado e torna-se de responsabilidade do médico aplicá-lo. Em 2008, o NICE (The National Institute of Health and Clinical Excellence), o núcleo de maior autoridade em saúde no serviço público de saúde do Reino Unido - NHS, declarou que há evidências insuficientes para permitir o uso do PRP na rotina clínica e que sua utilização deve ficar restrita apenas à pesquisa clínica. Assim, é um mito de que esta prática esteja suficientemente conhecida e aprovada pelos órgãos reguladores de práticas médicas e da indústria farmacêutica.




Enquanto o uso do PRP permanece controverso, a única certeza que se tem é a de que é necessária a produção de novos estudos, que avaliem com precisão as indicações, os efeitos e as limitações deste tipo tratamento, para assegurar que seus efeitos deixem de ser mitos e se tornem verdades de fato.


Referências bibliograficas:


Vendranmin, F.S., Franco, D., et al. Plasma rico em plaquetas e fatores de crescimento: técnica de preparo e utilização em cirurgia plástica. Rev. Col. Bras. Cir. vol.33 no.1 Rio de Janeiro Jan./Feb. 2006.

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