sábado, 28 de julho de 2012

Hipotireoidismo

É frequente, tanto no meu trabalho como educador físico como fisioterapêuta, receber alunos e pacientes com diagnóstico de hipotireoidismo. O hipotireoidismo atinge principalmente mulheres e afeta cerca de 10 a 15% da população. A Sociedade Brasileira de Endocrinologia define o hipotireoidismo como o estado clínico resultante da quantidade insuficiente de hormônios circulantes na tireoide. A tireóide é uma glandula que está localizada na base do pescoço, ela tem formato de borboleta e é responsável pela produção de quantidades adequadas dos hormônios triiodotironina (T3) e tiroxina (T4). Eles são fundamentais para uma série de reações no corpo humano, sendo que a tiroxina tem a função de estimular o metabolismo das células do organismo.
No início, o hipotireoidismo pode ser confundido com fadiga ou até anemia, já que a pessoa pode apresentar fadiga, cãimbras, retenção hídrica, alterações na menstrualção, etc. A principal forma de identificar alterações no funcionamento da tireóide é através de exame laboratorial que vai mensurar a quantidade de hormônio tireoestimulante (TSH) no sangue, cuja dosagem deve estar abaixo de 4,5 µg/mL ou 5 µg/mL, dependendo do método empregado. Caso necessário, a dosagem no sangue dos hormônios T3, T4 livre, T4 total e dos autoanticorpos tireoidianos, além de ultrassonografia da tireoide (a fim de constatar a presença de nódulos), também podem ser solicitados pelo médico.
O hipotireoidismo pode ser do tipo primário, onde ocorre um mal funcionamento da hipófise (95% dos casos), na qual inclui-se a tireóide de Hashimoto, doença autoimune, onde os anticorpos do individuo atacam a própria glândula. Já o secundário (ou central) recebe esse nome quando o problema está no funcionamento inadequado da hipófise, glândula situada na base do cérebro e responsável por secretar o TSH, hormônio que regula o funcionamento da tireoide. 
O tratamento medicamentoso do hipotireoidismo é simples, normalmente a reposição hormonal é feita através de um comprimido (com dosagem adequada para cada caso) por dia em jejum.
O exercício físico depende da estabilização no funcionamento da glândula e liberação médica já que os hormônios tireoidianos atuam diretamente sobre o sistema cardiovascular, regulando a contratilidade e relaxamento cardíaco (mecanismo central) assim como o tônus vascular (mecanismo periférico). Uma vez que a capacidade funcional é o reflexo da ação integrada dos sistemas pulmonar, cardiovascular e muscular em resposta ao exercício, qualquer alteração nessa engrenagem acarreta impacto em sua resposta.
Dicas importantes:
O iodo é essencial para o bom funcionamento da tireóide, o iodo pode ser encontrado no sal de cozinha, onde sua adição é lei no Brasil;
Estudos mostram que o excesso de peso gerado pela disfunção da tireóide se dá, não pelo excesso de gordura, mas sim pela retenção de líquidos corporais;
O hipotireoidismo não tratado pode causar aumento do mal colesterol (LDL);
O teste do pézinho no recém nascido é essencial para diagnosticar um possível hipoteireoidismo congênito, que pode causar déficit no desenvolvimento intelectual da criança.




Fontes:
- www.einstein.br/einstein-saude/pagina-einstein/Paginas/hipotireoidismo.aspx?utm_source=twitter&utm
- Coelho, E. F.; et al. Intolerância ao esforço no hipotireoidismo subclínico: Implicações para a prescrição de exercícios físicos, Universidade Federal de Juiz de Fora, 2011.

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