Dentre esses lugares comunitários de força e estrutura, estão incluídos os que propiciam a crença em um ser superior e a confiança no ambiente escolar. Para melhor compreendermos esse aspecto, podemos citar o exemplo de quando a criança se defronta com um desafio importante, e momentaneamente fracassa – ela pode se frustrar de maneira significativa. No entanto, se possuir uma crença, acreditar na comunidade familiar e na escola, tenderá a sentir esse fracasso como derrota temporária, e não como um fracasso vital e duradouro que envolve todo o seu ser. Na ausência dessa grande comunidade, é freqüente a criança se tornar vulnerável e deixar que uma derrota momentânea se transforme em um tormento permanente. Não devemos perder de vista que a construção de ambientes que transmitam confiança e a reconstrução da grande família são de vital importância para o desenvolvimento saudável das crianças, favorecendo-as na busca incessante da felicidade, que é uma busca própria do ser humano.
Desnecessário é dizer que a comunidade escolar ganha uma importância cada vez maior como espaço confiável para nossas crianças, não apenas como fonte de aquisição do saber, mas principalmente como lugar para se viver. Não é incomum que, ao perguntarmos as nossas crianças quem são seus melhores amigos, nos sejam apresentados seus amigos de escola. A comunidade escolar cada vez mais se aproxima, no imaginário infantil, do espaço ocupado anteriormente pela grande família: é lá que a criança encontra e convive com tias, por exemplo. Nada nos impede de reatar os laços na grande família original, mas, na medida em que a escola ocupe grande parte desse lugar na mente infantil, devemos estar atentos para que ela possua valores como sabedoria, afetividade, fé e capacidade de acolhimento, que são desejáveis em qualquer boa família e em qualquer comunidade estruturada, saudável e sentida como agradável.
Fonte: Revista do Professor
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